domingo, 23 de março de 2014

Verdadeiras atitudes cristãs

Durante uma viagem a São Pedro dos Ferros , observei durante longo trajeto um homen lendo as sagradas escrituras.

O caminho era feito por estradas cheias de imperfeições, sem acostamento e muito desertas. Apesar do caminho, que visão inspiradora vê-lo em seu esforço na leitura da palavra.

Tal observação se deu quando o ônibus de viagem apresentou um defeito e o motorista precisou parar na estrada para o conserto e todos os passageiros deixaram o ônibus, procurando abrigo nas sombras das árvores. Os viajantes estavam cansados e muito famintos, sem opções, por isso descuidei de minha observação e perdi o homem de vista, mas procurei e localizei-o adiante: ele tinha parado de ler a biblia e saiu da estrada, adentrando a mata à beira da pista.

Depois de caminhar alguns metros encontrou escondida uma goiabeira repleta de deliciosos frutos. Veio então em nossa direção. Havia despido a camisa para transportar as goiabas que colhera, como se fosse bolsa. Ao vê-lo, nosso grupo exclamou: -vejam como Deus é bom, alguém encontrou um pé de goiabas repleto! Todos aguardavam a atitude daquele homen sobre o maná que caíra dos céus, pois tratava-se sem dúvida de um homem de Deus, dedicado à leitura da Bíblia, ele então anunciou: -bem, como tive o trabalho de colher as frutas, vou cobrar apenas um real a unidade.

“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva é certa; e ele virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra”( Oséias 6:3). O alerta nesse texto é para que queiramos conhecer a Deus, pois ele é infinito e nos conhece do fio do cabelo à planta do pés. Nosso tempo de vida aqui é muito curto para conhecê-lo totalmente (1 Corintios. 13:9), por isso, o conhecemos em parte. Fica claro nas palavras do profeta Oséias que se nós comecarmos a tomar conhecimento do nosso criador, os seus resultados serão como cada amanhecer.

A ausência de chuva deixa a terra sem vida, sem cores, predominando o solo rachado, cinza, e o barro amarelado. Quem mora no interior do nordeste brasileiro entende a situção das cidades onde passam rios temporários que uma parte do ano ficam com o leito seco. Os moradores destas cidades correm às igrejas unidos com um só objetivo: pedir a Deus chuva, com muita fé:”pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”( Efésios 2:8,9). Compartilhando o que sobrou da longa estiagem buscavam a Deus inspirados e confiantes no seu amor, sabendo que a misericordia de Deus é perene, dura para sempre: “Perto está o SENHOR de todos os que o invocam em verdade”(Salmo 145:18 ).

Um momento de grande alegria é quando alguém da comunidade anuncia: -Está chovendo nas cabeceiras do rio! Homens, mulheres, crianças, correm em direção às margens do rio, postando-se dos dois lados, a assistir as nuvens cheias do maná que vem do céu. E antes que estejam completamente molhados, deslumbram um imenso rolo de agua amarelada vindo com força arrastando o que tiver pela frente: “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom; porque sua misericordia dura para sempre” ( I Crônicas 16.13). Basta olhar as expressões em cada rosto, e veremos que a esperança é renovada, a chegada de dias melhores para a colheita e de comida para suas famílias e os animais. Vericamos a grande fé deste povo e o conhecimento de Jesus, amor no compartilhar quando falta alimento. Tudo se transformará nos próximos dias, tudo volta a ficar colorido e cheio de vida.

Este povo cristão é muito pobre e quase sem instrução, a maioria analfabetos, mas são capases de atravessar as barreiras da vida clamando pela ajuda de Deus. Isso só é possivel com o conhecimento de Deus e seu filho Jesus, o nosso salvador, através da fé. Se Deus nos conhece desde do ventre, vamos procurar conhecê-lo a cada dia, pois como diz profeta “tal conhecimento é como a alva da manhã e como a chuva fora de época”. Talvez os ouvidos espirituais de nosso grupo de viagem e daquele homem, em nossa pequena historia, não estivessem tão aguçados. Reconheceram erradamente o andadrilho como enviado de Deus, já que aparentemente ele se dedicava à leitura das sagradas escrituras. Deveriam primeiramente clamar ao SENHOR e ter fé, deveriam buscar mais que aparência, ao menos alguma atitude paternal a fim de reconhecer o servo de Deus: “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem” (Salmo103:13). Mas por outro lado aquele homem não praticou o amar nem o compartilhar, apesar de ser um leitor da palavra de Deus: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mateus 15:8). Devemos estar com os ouvidos espirituais abertos para o que nos revela a Bíblia e buscar arduamente ao senhor. Clamar a DEUS, depositar nossa fé nele e render graças.

Rio 26 / 03 /2012