Há pouco tempo, acompanhei minha esposa até um hospital
público, onde ela fez uma mamografia. Para chegar até a sala onde o
exame foi feito, atravessamos dois corredores repletos de enfermos em macas
improvisadas, dando-me pouco espaço para passar e chegar à sala onde foi feito o exame.
Confesso que
fiquei transtornado diante daquela sórdida contemplação, um grande abalo
emocional. Feito o exame, retornei para casa. Confesso que a situação do hospital, é
por si só um desprezo e desrespeito à nossa humanidade por parte dos
responsáveis dos órgãos públicos.
Ao chegar em casa
liguei a TV e lá estavam todos eles, os administradores do caos: o Prefeito e os representantes dos governos Estadual e Federal, inaugurando mais
uma obra para receber as olimpíadas. Desta vez era o famoso museu chamado de
"do amanhã”. Como entendo que o amanhã não nos pertence, sendo apenas um
sonho, cabe ao próprio sonhador trabalhar para sua realização. Sem
sombra de dúvida aquele lugar construído pelo povo, além de não se encaixar em um museu, não parece ser portanto uma prioridade para o
sofrido povo carioca e brasileiro.
Não tive nenhum
interesse em visitá-lo, mas alguns meses depois, peguei a barca eu e minha
esposa, e fomos à cidade. Já de dentro da barca
avistamos o já famoso prédio, o museu todo branco, e minha esposa exclamou: - parece
uma barata albina! Olhei para o museu e lembrei-me de uma foto postada
no Facebook, onde o prédio foi fotografado por alguém.
“ A barata albina
estava repousando no seu habitat natural, rodeada de lixo por todos os lados”
Ora, é certo que devemos deixar o progresso passar e
abrir caminho para que ele aconteça, mas educação de qualidade, emprego,
hospitais, moradia e respeito ao povo são, sem sombra de
dúvidas, pilares que garantem o amanhã de qualquer nação.
Esse
quadro, além de incomum, afronta a dignidade do povo carioca, e infelizmente nos
foi protagonizado por nossos
governantes. Vamos abrir de vez os nossos
olhos para os engodos, práticas de nossos governantes, que fatiam entre eles
nossas riquezas através da corrupção, com visível desprezo pelas reais necessidades do povo que
governam. Desviam o foco da verdadeira realidade em que vive cada brasileiro,
com obras que tiram nossa atenção.
Agindo assim
não teremos amanhã. Sem hospital
morreremos todos, e o propalado museu ficará aí para ninguém. Fica a
reflexão para outubro de 2018, votarmos
segundo uma visão futurista real sem dissimulações. Isso só se consegue se nos
unirmos. Sejamos portanto uma unidade para o bem do nosso amado país e seu povo
tão crédulo nos políticos.
Porque o
amanhã, como a morte, está no campo dos acontecimentos subjetivos. Vai acontecer,
mas é impossível saber a maneira que chegará até nós. Na maioria das vezes
o amanhã chega às custas de muito sangue derramado” (Palavras do ultimo general
presidente - João Batista de Figueiredo).