quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Fonte

Observando o teu suave leve e solto c
aminhar absorto,
Nasce no meu peito, um ensejo, uma fonte desponta
Jorrado grande desejo, admiração, que desperta atração
E vontade de envolve La em abraço, mergulhado nessa fonte de calor
Envolvido e aquecido pelos carinhos dos teus braços.

É a mente traçando um caminho para satisfação pura, plena
No momento da visão, mapeando com cuidado o trajeto
Onde a fonte jorrara para dentro de si mesma
Aproveitando o encontro, o momento!
Transformando, os corpos, “em um só”!

E no compasso das batidas no peito, ignoro a razão
Para sentir um enlace, dispersão da fonte a profusão
No envolvente calor do abraço, levando, há momentos
Dos delírios ao transe da satisfação matando o desejo
E o impulso vindo do coração por um momento ignora razão.

Ainda envolvidos no calor desta fonte, olho brilho em
Teu olhar revolto pedindo explicações, inexplicável ao abstrato
Não há explicação para repentina  atração,ela aparece ,
Matando minha sede de amor e desejo

E vai embora de repente!  Sem explicações.

sábado, 4 de novembro de 2017

O belo satélite

X

Quando chega a noite, ela revela seu brilho herdado
Da estrela seu calor, espelho de arredondada forma
Refletida, com o impacto dos raios da luz estrelar
De um dos seus lados, luz que este circulo não produz,
Formando em nós, uma visão prateada bela singular!

XX

Que induz ao observador uma viagem ao solar sistema.
Ao desconhecido, só na imaginação! Do observador imediato
Aguçando nas pessoas, sonhos, com o encanto da visão
Nasce na mente de quem ver: A vontade de chegar perto de tocar
Mas a decepção, em saber que tudo que se vê são ilusões á visão

XXX

A lua é um reflexo de luz, seu solo infecundo, vida  não produz!
E só um resíduo que se desprendeu de algum planeta, atemporal
Fazendo só a diferença entre as marés dos mares aqui na terra.                                           
Mesmo assim: Quando o contemplamos  ao cair da noite
Fascinado, nos encantamos com seu esplendoroso brilho prateado

Cheia ou nova mesmo minguante ou em forma de
 Bumerangues Sentiram a sensação dos poetas                          
No teu invisível giro abstrato aos meus olhos
Vou ao encontro  do delírio, portal do fascínio
Da bela. Imortal imagem ao alcance dos olhos.
Quando nos aproximamos bem perto,um astro sem vida
Sujeito as imperfeições das visões e opiniões; nas noites enluaradas!
       
Janilsonroberto.blogspot.com

Rio 17 de setembro de 2017
Janilsonroberto.blogspot.com





segunda-feira, 2 de outubro de 2017

As ondas em Jeribá

X

Da areia, observava os detalhes do movimento do mar,
Suas belas vagas onduladas revelavam sua força,
Todo poder, e também sua natural beleza
Com nimbos branquinhos, levados pela leve brisa,
Sobre as águas, “Legiões de anjos pareciam ornamentar o céu”
Neste imenso azul, apreciava todo Movimento  em direção à areia,
                            
XX
                                                                                                                    
Onde descalço, esperava seu frio e refrescante toque
Já transformadas, as águas, em calmas escumas
Que perdiam sua força no encontro com a branca areia
Com os pés molhados, sentia a força da maré puxar-me,
O vento tornava mais forte este movimento, que esconde o perigo,
Mas nos deixa fascinados pela beleza ondulada a cada vaga.

XXX

Como não admirar um quadro tão singular?
Como não adorar quem a fez perfeita? Tamanha beleza!
Para nosso prazer e entregue aos nossos cuidados para zelar
No afastar da escuma, sinto a sensação de querer ir com ela
Afundo os pés na areia para continuar apreciando esta dádiva
Presenteada pelo criador de tudo e de todos, DEUS!



domingo, 13 de agosto de 2017

Canoa Voadora

Era o mês de janeiro do ano 1962, e o navio escola Almirante Custódio de Melo atravessava a linha da barra da cidade do Rio de Janeiro rumo ao porto, vindo da cidade de Natal. A bordo sessenta civis, recém aprovados no concurso do corpo de fuzileiros navais, vindo para o centro de recrutas do CFN. Ao lado esquerdo da famosa Baía da Guanabara, a praia de copacabana e a imagem famosa do Cristo redentor e o pão de açucar. Estávamos perfilados no convés de madeira do navio escola junto com a tripulação. Eu ainda estava à paisana, pois receberia a farda no centro de recrutas, situado no bananal, Ilha do Governador. Já atracado no cais, avistei em terra uma grande chaminé de tijolos onde estava escrito BISCOITOS MARILÚ. Estacionados no cais, esperamos quatro carros de transporte de tropas, chamado de réu, que nos levaria até o centro de instrução da famosa tropa anfíbia da marinha Brasileira.
      O oficial responsável em nos recepcionar, aos gritos, deixava claro que o preparo exigiria muita força de vontade e determinação. Para mim não fazia muita diferença, um menino acostumado a sentir fome e sede, ao ponto de ter comido até miolo de Xiquexique frito, tejo e mocó cozidos, no agreste do sertão onde nasci. Chegamos ao centro de instrução à noite; no que hoje é o 2º batalhão de infantaria do CFN.
      Depois de receber um colchonete empoeirado fomos encaminhados ao alojamento de madeira, coloquei minha maleta no canto, e deitei-me, dobrando o colchonete transformando-o em lençol e colchão.
      Na alvorada muito fria, depois do café, fomos liberados para procurar nossos familiares, aqueles que tivessem parentes na cidade.
       Fui à casa de minha avó Inês e depois fui conhecer seu irmão, meu tio João e seus filhos. Um deles era criança e o outro uns dois anos mais jovem que eu, que se chamava Jessé. Tio João também tinha quatro filhas.
       Três anos se passaram até que reencontrei Jessé dentro do quartel, numa  farda super engomada. Fiquei feliz em saber da novidade, e dai em diante, fizemos amizade. A partir daí passei a frequentar a casa de meu tio nos fins de semana.
        Jessé havia adquirido uma canoa e se tornara um exímio pescador de linha de fundo. A canoa era feita de um só tronco, tipo canoa de índio, e as linhas ele mesmo preparava, depois enrolava em garrafas de refrigerante. Na ponta de cada linha amarrava garatéias de tamanhos variados, e já que achava interessante toda a técnica, comecei a aceitar os convites para pescar e fui aprendendo com ele aquela arte, já que ele foi criado na colônia de pescadores Z-10, toda sua infância o transformou em um professor de respeito, e assim eu também me tornei um pescador razoável, e trago na memoria momentos de grandes aventuras. Mas uma delas me empolga e volta-e-meia retorna à minha memória.
        Era um sábado ainda de madrugada saímos para pescar aproveitando a vazante, que facilitava remar até o local da pesca: a ponte Rio-Niteroi, na época em construção, com os pilares já a dez metros de altura. Os peixes já haviam se acostumado a se alimentar nas pilastras, então começamos a pescaria com a maré quase cheia, e pescamos só algumas corcorocas até o meio dia.
        A linha usada pelo meu primo era mais preparada, possuia garatéias e a linha mais grossas, no entanto a pescaria prosseguia tranquila, ficavamos pescando e vendo as lanchas "voadoras" que iam para ribeira. Então, de repente, a linha de jessé adernou a canoa! Ele, mais experiente, pediu que eu fosse para o outro bordo da canoa, a popa da pequena embarcação, para que a proa ficasse fora d'água, para evitar que entrasse água. Dessa forma, quando o grande peixe nos puxou mais para o fundo, gradualmente, foi um alerta de que o peixe era realmente muito grande.
Foi preciso nos afastarmos da ponte, então comecei a remar me afastando bastante das colunas, e o peixe em fuga começou a puxar a canoa em direção à ilha, o que era bom, pois o peixe dava à pequena embarcação uma velocidade anormal. O enorme peixe tomou a direção da ponte do matoso, pertencente ao deposito de combustíveis da Marinha. Os passageiros de uma das lanchas "voadoras" que iam em direção à ribeira acenavam, creio que espantados com a velocidade da pequena embarcação.
        Próximo à ponte há um farol, que marca uma pequena ilhota. O peixe passou próximo ao farol, e meu primo pulou na àgua, apoiando-se em terra firme, para vencermos o desafio, foi quando o peixe mostrou seu grande dorso: era uma enorme arraia lixa, que aos poucos foi ficando cansada até finalmente ser puxada para areia.
        Ali mesmo a cortamos  em três partes. A parte do meio, mais pesada, voltou para a água, e a parte das asas, que pesava cerca de cinquenta quilos, virou um grande ensopado, alimentando todos da familia lima presentes no banquete da grande arraia!

      Rio 23-de junho 2016.
      Janilsnroberto.blogspot.com


domingo, 30 de julho de 2017

O Farol do Conhecimento




Os faróis, fontes luminosas, foram criados pelas marinhas dos navegadores da época antiga, com a função de orientar o navegante no mar, mostrando através de seu facho de luz a existência de elevações, pequenos rochedos ou bancos de areia submersos, encobertos pela maré alta, evitando os naufrágios e as perdas de vidas e bens que costumam causar. Faróis indicavam uma visão segura de o caminho a seguir.
"Torralta", farol da cidade antiga do seriado Game of Thrones.
Seguindo essa linha de pensamento podemos afirmar que nos liames da vida, os obstáculos que surgem são muitos.E um equipamento para vencermos essas dificuldades são os livros,nossos faróis,que esquadrinham nossa caminhada, iluminando nossos passos, possibilitando ao leitor um conhecimento capaz de nos levar em segurança ao destino, ou mesmo em direção aos nossos sonhos e realizações,à possibilidade de encontrarmos atalhos que levem o caminhante em segurança aos objetivos tão desejados.
Para entendimento,parafraseio o livro da Bíblia chamado Oséias, que inspirado na Natureza, se refere ao criador de tudo e de todos nós comparando o conhecimento com a luz da manhã e com a chuva fora de época. É verdade!O conhecimento é semelhante a esses fenômenos.Ele espanta a escuridão como o amanhecer e renova a vida do que foi queimado pelo sol ardente de forma surpreendente, como a chuva fora de época. A chuva, no Brasil, renova a esperança do sertanejo e torna tudo multicor, substituindo o cinza deixado pelo calor.


Janilsonroberto.blogspot.com
Rio 03 de junho de 2017

sábado, 29 de abril de 2017

Os touros e os toureiros

Na Espanha, Américas, Peru, Colômbia e México são permitidas as famosas touradas. Tudo ocorre em nome da tradição. Por curiosidade, resolvi assistir pela internet uma destas famosas touradas. Foi fácil verificar que os touros  usam sua imensa força até a  total exaustão, enquanto os toureiros, com longa capa  de duas cores, tentam  distrair o animal, desviando-lhe a atenção.

Elegantemente vestido, o  toureiro com suas brilhante vestes,   inicia a luta com esta desigualdade; com sua afiada espada em uma  das mãos. Para confundir o touro, usa sua capa, e aos poucos vai minando a força  do  poderoso “oponente”. Ao fim , já sem forças, o irracional touro dobra as patas dianteiras. Neste momento o toureiro recebe o auxílio de um de seus  ajudantes, determinando o fim do “combate” com a morte do touro.

O quadro acima nos mostra uma luta cujo objetivo  é enganar o touro vencendo-o pelo cansaço provocando sua morte pela desigualdade de forças e estratégias (habilidade impossível ao touro). Nos mostra também uma torcida dos considerados  seres racionais pela distração da parte mais fraca, com os efeitos provocados das bandeiras sobre a visão dos touros.

Em seguida começam os mimos ao vencedor, a torcida vibra com a morte do touro, jogam flores “para o grande vencedor da luta” o carregam nos ombros e saem em procissão, dando a volta no grande anel do estádio! Uso palavras de Machado: "O muito mimo empece a planta". Podemos aplicar tais palavras também ao público que assiste as touradas, impedindo uma visão real dos fatos ocorridos.

Os versos do compositor e cantor, Zé Ramalho, na canção "Admirável gado novo", traduz esta luta desigual e despercebida pelo povo.

Vocês que fazem parte desta massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda esta engrenagem                               
Já sentem a ferrugem lhe comer
OÔ, vida de gado!
Povo marcado
‘’ÊH povo feliz!’’

Adaptando o quadro acima às escolhas brasileiras nas questões políticas, iremos verificar o óbvio: os touros, representando o povo, não têm a opção da escolha, e sim o disfarce do discurso recheado de  promessas, só restando aos touros, “o povo”, o movimento da capa enganadora para desviar do que mais importante havia na disputa (a vitoria sobre o mal que leva à morte). Portanto lhes resta apenas morte no bem estar social, como na saúde,  educação, moradia, e até falta de água, tudo que  faz uma nação forte e próspera, enquanto para seus algozes, os louros da irracional vitória, com grande euforia.

E em todas as lutas que se seguiram, observei o mesmo resultado: a morte dos infelizes touros, que foram para a arena.

Extraí das touradas algumas lições: Não ficar olhando o movimento nem a cor das bandeiras, nem  o movimento da capa de quem está empunhando-a, mas suas reais intenções. Em segundo lugar, me fortalecer com conhecimento. Procurar conhecer, pois sem conhecimento sou fraco como os touros da arena, só a força não é suficiente. E em terceiro, não torcer para quem promove a morte pela fraqueza e falta de saber o que está se passando. Não se distraia, procure saber! Não fique na torcida dos que se corromperam e lhe roubaram o pão de cada dia tornando-o cada vez mais fraco, até a servidão e a morte.
           
Rio 24 de fevereiro de 2017
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domingo, 26 de março de 2017

A Face do Amor

Em teu rosto encontrei a pureza  no olhar
A ternura de tua voz não me deixa solitário
É bom sentir o afago e o toque de tuas mãos
O s teus beijos tem o sabor do puro mel !
Este amor que resiste ao tempo: todo tempo, é eteno!                                                     

Quem acha o amor, encontra um tesouro
E  o deixa sob os cuidados dos anjos
Para quando a noite chegar, não ter  medo da escuridão
O amor é zeloso, sublime, sincero, quebranta os corações
Sua sensibilidade está sempre em sintonia com a justiça

Nos braços da pessoa amada afastamos a solidão
Sua meiga presença abre a porta do coração
Faz prolongar os dias nos transporta para o Édem
Berço Eterno da humanidade, o amor tem sua auréola,
O anel de luz: que ilumina,a verdadeira  face do amor!



Rio 19 de março de 2017-03-19
Janilsonroberto.blogspot.com

sábado, 28 de janeiro de 2017

O Canto da Liberdade

Em visita ao filho mais velho, num fim de semana
Habituei-me , durante este pequeno período.
A ninar meu neto caçula na varanda da casa
Quando o pequenino ,  chorava sonolento.

Desfrutava o conforto da rede, e a sombra do pé de maricá
Que à tarde, alcançava toda a varanda ( estava em Maricá)
O pequeno deitava a cabeça no meu peito e os pequenos  os olhos
Arregalados,  ouvia o som do velho coração, que junto com meu canto rouco,
“Fazia  uma sinfonia de sons”, com um casal de canário da terra, com   seu canto trinado,
                                                                                                                                                               
E com esta ajuda, o pequenino Lorenzo, caia num sono profundo!!
O casal só paravam com seu canto,quando  o silêncio indicava o fim da honrosa missão
Levantavam seu vôo, quem sabe?A procura de outro avô, tentando fazer o  seu neto adormecer
Com seu mavioso canto, livre e solidário, neste lugar de paz.