domingo, 1 de dezembro de 2013

A Pedra

 Alguns povos ainda usam a pedra como instrumento de punição, como é o caso dos apedrejamentos dos que desrespeitam as leis orientais (não acontece em todo o oriente, mas acontece!). Mas ela ainda é peça fundamental em uma construção. Pedras, como o carvão, são fontes de energia para os países que possuem minas em grande quantidade, ou para o churrasco de domingo. Na África, Oriente e em cidades brasileiras, como Cristalina (GO), encontramos todo tipo de pedras preciosas, coloridas, transparentes e de considerável valor comercial.

A pedra "Arken", peça fundamental
do filme "O Hobbit". 
 Mas a pedra de que falamos não tem nada a ver com as descritas acima, ela é vendida pelo tráfico por um preço irrisório, mas seu efeito no cérebro é devastador para aqueles que se tornam reféns desta, que se transformou numa preocupação não só para os governantes, mas também para os que residem nos bairros onde ocorre o consumo. Ela, “a pedra”, destrói a dignidade, acaba com a esperança, transforma o usuário em um ser sem alma a vagar pelas ruas próximas de onde se droga. Verdadeiros “zumbis” à procura de alguns centavos para custear o seu vício. Os órgãos públicos de vez em quando, são incomodados pela mídia e fazem repressão para disfarçar, retirando do local essas pessoas escravizadas pelo vício, mas permitindo que ocupem outras áreas da cidade. Como vemos a hipocrisia e a dissimulação continuam a ser usadas para disfarçar o tamanho e a gravidade do problema que, o “crack”, está causando não só a quem usa, mas a toda socidade brasileira.

 A pouco tempo estive no zoológico, observei que os animais presos ali em pequenas jaulas andam de um lado a outro demostrando com esse gesto que ali não era seu habitat natural. Portanto, devemos juntar forças para tirar aqueles feitos á imagem e semelhança do Criador de todos nós, desta minúscula jaula, o “crack”, que faz tanto mal não só ao usuário, mas a toda sociedade. Fomos criados para viver num jardim, mas dele fomos afastados por nossa própria fraqueza e desobediência.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O Tempo

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. 
Eclesiastes 3:1-8

Como vemos no texto acima, o tempo não só nos faz lembrar o passado, como também nos inspira a projetar o presente e futuro. Ele nos ajuda dando-nos uma visão e oportunidade de desejar o que é bom, e com a experiência, deixar de lado os acontecimentos ruins,.focalizado no futuro.

A lição do texto é clara, devemos estar preparados tanto para os dias bons como também para os dias de grandes dificuldades.

Convêm trazer à memória a historia de um homem de Deus chamado José, que apesar de ter sido esquecido pelo copeiro (Gen 40:23), teve a oportunidade dois anos depois, através da interpretação do sonho do faraó, de transformar um tempo de escassez em tempo de fartura. Tal resultado sem sombra de dúvida é marcado por atitude corajosa: passou a interpretar tais sonhos sem medo de errar, sabia que Deus falava através dele.

E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó.
Gênesis 41:16

José observou o tempo acima citado, não guardou ódio dos que o prejudicaram, reconciliou-se com sua família, não se contaminou com uma mulher que tentou seduzi-lo, se manteve puro e fiel para o seu Deus. Administrando com uma visão humanista e tratável, como convém a um servo do Altíssimo. Inspirados na historia de José do Egito alcançaremos a plenitude. Porque há tempo para tudo debaixo do céu.

Rio 26/ 03/ 2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O pacificador

Um grupo de irmãos passou a se reunir às seis horas da manhã na ante-sala pastoral a fim de orar pela igreja. Eram jovens, e tinham uma preocupação genuína com o bem estar da membresia, pastor, ministros, administração etc. Certo dia um desses jovens teve problemas familiares, e o grupo ficou sensibilizado com isso. A oração naquele dia foi um clamor, e o grupo orava e chorava em alta voz. Repentinamente foram interrompidos por um homem, que atirando um molho de chaves sobre a mesa da sala os repreendeu firmemente:

-Deus não é surdo!

Depois desse dia, o grupo de oração acabou...

Bem aventurados os pacificadores , porque serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:9).
Amar, perdoar e conciliar: regras bíblicas para todos os cristãos. Fica difícil tanto para os que pregam a fé e até mesmo para aquelas pessoas no exercício de qualquer liderança, seja ela eclesiástica ou mesmo secular, a não aplicação deste conceito deixado por nosso senhor e salvador Jesus Cristo: amar, perdoar e conciliar para pacificar. Sem dúvida, o perfil do líder interessado no crescimento da fé em Cristo deve seguir o que diz a palavra sobre amar: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (João 15:12)”, perdoar: “Mas, se vós não perdoardes, também eu, vosso Pai, que está no céus, não vos perdoarei as ofensas (Marcos 11.26)” e conciliar: “Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, E vós de Cristo, e Cristo de Deus (1 Coríntios 3:22,23).

Podemos citar alguns líderes que, mesmo não sendo cristãos, observaram o preceito bíblico e como resultado obtiveram grandes conquistas, homens que deixaram o passado para trás, investindo num ambiente de paz e prosperidade para todos. Mahatma Gandhi e Nelson Rolihlahla Mandela, foram fundamentais em acontecimentos históricos como o movimento pela independência indiana ou o fim do regime de segregação chamado “apartheid”. Substituíram palavras como ódio, vingança e segregação por outras: amor, perdão e conciliação. Devemos nos lembrar que tais atitudes encaixam-se adequadamente aos mandamentos da palavra de Deus.

Vejamos o exemplo de Mandela, que colocou-se contra a segregação racial e foi preso por vinte e oito longos anos. Mandela amou aquelas pessoas, compreendeu a situação degradante que viviam e foi capaz de sacrificar-se por elas sendo preso. Será que o homem de nossa pequenina história, ao incomodar-se com o grupo de jovens que estava orando naquela sala, não poderia tentar entendê-los? Pode até ser que eles estivessem se excedendo, mas será que não cabia o mínimo de compreensão? Compreender é amar, e quem sabe não caberia naquele dia um pequeno sacrifício, por mais que o clamor dos jovens incomodasse aquele homem.

Mandela saiu da prisão pedindo ao povo que esquecesse o passado, pois só assim alcançariam um ambiente de paz e prosperidade, tanto para negros como também para os brancos (que o mantiveram tantos anos preso). Isso não é uma tarefa fácil, mas aquele homem de nossa história também poderia perdoar os jovens por ofendê-lo com o “volume” de seus clamores.

Em 1994 Mandela tornou-se presidente da África do Sul, sendo eleito pela primeira eleição multi-racial que não foi determinada pelas regras do apartheid e pôs fim a este terrível regime. Ora, o homem que tão indignado adentrou á sala repreendendo os jovens poderia ter tomado outras atitudes, atitudes de amor, de perdão, e conversando com eles e entendendo suas razões, poderia conciliar e até mesmo orar pelo rapaz que naqueles dias vinha tendo problemas familiares. Em nossa pequena história isso não aconteceu, infelizmente, mas ela serve para que não tomemos atitudes equivocadas e sigamos a palavra de Deus e o exemplo daqueles que fizeram o que ela nos recomenda, pois isso nos guiará ao crescimento, e acima de tudo, à paz.

Rio, 10/03/2012 .

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Mazelas

O Padre Antônio Vieira escreveu o “Sermão de Santo Antônio aos peixes” observando neles (os peixes) duas qualidades: a de ouvir e não falar. E a seguir, diz Mestre Vieira: “Haveis de saber, irmãos peixes, que o sal, filho do mar como vós, tem duas propriedades, as quais em vós mesmos se experimentam: conservar o são e preservá-lo para que não se corrompa. Aluísio Azevedo, em sua época, vivenciava através dos personagens do seu romance “O Cortiço” a hipocrisia das classes, tanto na política como nas classes mais abastadas, rotulando-a de câncer social de todos os tempos. Já naquela época, como hoje, a proposta era de uma sociedade mais humana e justa, mas ao contrário da proposta, colocavam nos cargos pessoas cujo perfil estava longe de atender ao anseio da sociedade: homens de caráter duvidoso e nenhuma credibilidade.

Os fatos atravessam o tempo. Um bom exemplo é o julgamento da Suprema Corte Brasileira que assistimos pela TV. Ali compreendemos que qualquer pessoa investida num cargo público, privado ou mesmo religioso, que presenciar ou tomar conhecimento de ato ilícito cometido por seus subordinados, seja de ordem moral , ética ou material, infringir com seu silêncio as leis. Ela será considerada culpada na mesma ação penal praticada contra os réus que cometeram o delito. .

A teoria do domínio dos fatos, aplicada na condenação por corrupção ativa do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, depois do julgamento dos delitos de cada réu na Suprema Corte Brasileira, comprovou o que já era de “domínio público”, pelo menos para aqueles que a cada eleição fazem na rua a distribuição da propaganda eleitoral, sujando as ruas com toneladas de “santinhos” e recebendo por este serviço sem assinar recibo, ficando provado como tomamos por comum a erosão moral que tanto mal faz à sociedade brasileira. Vieira em seus sermões e Aluísio em sua ficção já apontavam tais sinais, e hoje ainda vemos afrontas às leis em vigor, como no caso dos “cabos eleitorais” citados, e também o roubo aos cofres públicos como no caso do julgamento do mensalão. Para corroborar o destemor às leis, era noticiada juntamente com o julgamento dessa corrupção a interceptação de um avião com um milhão e duzentos mil reais em dinheiro para financiar uma campanha eleitoral no estado do Pará. Prova cabal que o julgamento não intimidou os políticos daquele estado.


Impressionou-me, a ação corajosa do relator, a calma, pela fiel defesa dos fatos no decorrer de sua longa explanação. Só nos resta juntar forças com o Ministro Joaquim Barbosa no combate a este câncer (a corrupção) e aos ministros que tiveram coragem de confirmar seu voto. Que Deus dê vida longa a este homem, com sabedoria vinda do alto.



Rio 12 de outubro de 2012

sábado, 13 de julho de 2013

O quarto homem da fornalha



O Senhor é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que nele confiam. (Naum 1:7)

A Bíblia conta a história de três jovens jogados numa fornalha por um Rei. A fé desses jovens em Deus não deixa dúvidas quanto ao resultado so-
brenatural para a ação desumana desse Rei. Todos que estavam vendo aquela cena bárbara e cruel, puderam presenciar a convicção dos três jovens na existência de um Deus que protege aqueles que nele confiam. O profeta diz que o senhor é bom e conhece aqueles que confiam nele. E se nós não confiarmos no Deus que pregamos serão em vão nossas petições ( não podemos confiar em quem não cremos como verdadeiro). Se o fizermos, nossos pedidos serão em vão. Devemos ter em mente que estaremos sempre acompanhados por esse Deus invisível (aos olhos dos que não tem fé), mas presente, pronto a nos proteger, guiar nossos passos pela fé no filho que venceu a morte e nos consola através do seu espirito enviado para estar conosco todos os dias de nossas vidas. Por esses motivos estou com o quarto homem da fornalha! Foi ele que me tirou do fogo eterno para desfrutar da morada celestial ao seu lado e dos seus Anjos.

Vale lembrar que em provérbios 20:27 Salomão diz que “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, e vasculha cada parte do seu ser”. Devemos depositar, portanto, a confiança no todo poderoso Deus. A certeza da fidelidade divina é confiança sem temor não em nossa própria justiça, mas naquela que vem do alto.



Rio de janeiro, 5/1/2012.