quinta-feira, 24 de julho de 2014

Brioches para o povo!

Para acalmar a ira do povo faminto, a Rainha Maria Antonietta determinou -Se não têm pão, que comam brioches! Mas foi no país dela, é claro. Aqui, a massa faminta do Brasil vem acalmando o “ronco da barriga” com brioches diferentes da história da rainha francesa. Nas terras de pindorama há vários tipos de brioches além do pão de cada dia: temos o futebol que não pode transformar-se no escambo principal, o carnaval, e as telenovelas que induzem os mais despreparados a copiarem o que vêem na telinha. É com o mínimo de esforço necessário que observamos os políticos no poder aproveitando esta carência de pão e circo (que aqui recebem o nome de políticas assistenciais e mídia) e a facilidade de manipular o fascínio do povo para disfarçar as verdadeiras e escusas intenções.


No caso do futebol, devemos considerar que a derrota da seleção brasileira diante dos Alemães pelo placar de 7 a 1 deixou uma boa parte do povo triste (especialmente os admiradores do esporte bretão), mas ao mesmo tempo foi muito útil e esclarecedor se considerarmos o resultado como um alerta de que a "pátria de chuteiras" não deve aceitar trocar seus votos por nada. Todos os estados brasileiros têm problemas, não é só falta de pão, até porque esse alimento é distribuido todo mês em forma de um benefício chamado de bolsa família, que segundo uma beneficiária que andou famosa lá pelas bandas do YOUTUBE: -Nunca aumentou. Só ganho 134 reais e não está dando nem para comprar uma calça para a minha filha que tem dezesseis anos. Porque uma calça para uma jovem de dezesseis anos é mais de 300 reais.

E a barriga (ou o armário) fica cheia, mas continuamos com o grito na saúde, educação, moradia e transporte. Em alguns estados falta até água! São coisas que ocorrem no país que detém 12% da água superficial do planeta e possui ainda em parte de seu território a maior reserva de água doce subterrânea das Américas: o aquífero Guarani, com um milhão e duzentos mil quilômetros quadrados de área. O dinheiro para atender essas carências toma o rumo do bolso de alguns parlamentares ou são desviados para financiar empresas na copa das copas.

As necessidades do povo brasileiro são deixadas para trás, e o país do futuro (lembra?) só deixará de ser um sonho quando cortarmos os tentáculos do poder finaceiro e reforma das leis que permitem esse escambo escandaloso com o dinheiro público. Benesses políticas com a cara de assistencialismo, a corrupção financiadora de empresários que anda infiltrada em nosso parlamento e a escolha de diretorias (secretariados, parceiros, licitações) numa ação entre amigos, com a finalidade de obter votos ou blindar líderes.

Como podemos ver, o mal se alastra com muita rapidez em todas áreas.Temos nossas prioridades, pagamos nossos impostos para suprir todas elas. Não se trata de favor nem troca, é uma obrigação de quem governa ou lidera, o atendimento às revidicações prioritárias em todos segmentos da sociedade, e até mesmo no religioso. O Rei Saul foi o escolhido do povo e foi dada posteriormente a oportunidade de correção, quando constatou-se o engano.

São anos engodando a massa em troca de votos, pouco estudo e muitos benefícios permanentes sem perspectiva evolutiva alguma. Custear ou incentivar a malandragem não é sinônimo de progresso em lugar nenhum do mundo. Os coronéis do passado recente usavam o voto de cabresto, e em troca, providenciavam benefícios para seus empregados e os mais humildes da cidade. A diferença é que os coronéis vendiam a comida em seus armazéns, anotavam no caderninho. Ali mesmo, no interior da fazenda, vendia-se de tudo, era permitido fazer uma pequena moradia de táipa, onde residia a maioria deles, e no fim do mês nada a receber, mas esfolavam-se com trabalho, toda a família, sem carteira assinada sem recibo. João Cabral de Melo Neto, no tão conhecido livro “Morte e Vida Severina” resume o triste destino desse povo explorado que sonha tanto com um pedaço de chão, sua própria terrinha para plantar:


— Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a cota menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
— É uma cova grande
para teu pouco defunto,
mas estarás mais ancho
que estavas no mundo.
— É uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no mundo
te sentirás largo.
— É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.

— Viverás, e para sempre,
na terra que aqui aforas:
e terás enfim tua roça.

E com essa exploração os coronéis, donos do sertão, comandavam cidades inteiras. Este controle do poder político através do poder financeiro, hoje tem uma nova roupagem, ele é feito através do poder público com dinheiro público. São as mesmas práticas dos nossos colonizadores, quando aqui chegaram.

Os inúmeros escândalos recentes comprovam e deixam claro os verdadeiros objetivos dos politicos e seus súditos, Que se resumem em: permanecer no poder financiado pela máquina pública engodando a camada mais carente do povo, para não dizer roubando, afinal o dinheiro é do povo que paga seus impostos. Não precisamos de esmolas, mas de meios e condições para sobreviver honestamente, buscando nossos próprios esforços de sobrevivência. Continuamos com a maioria dos votos no “cabresto moderno”. É o que está ficando aparente ao povo nos dias atuais, em todas esferas sociais. Nos tornamos súditos, onde a robalheira e a dissimulação tornaram-se a regra.

Rio de janeiro, 10 de Julho de 2014
janilsondasilva@gmail.com

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Criação

     Contemplei a noite da janela, o infinito descortinando ao longe as estrelas,  pequeninos pontos de luz. A lua estendendo seu brilho, luz  recebida da estrela mais próxima, o sol, trazia muita inspiração, e clareava a escuridão. Obra do criador.
    Mais uma vez, contemplei o universo, um complexo perfeito! Tudo se encaixa em cada elemento, em perfeita harmonia. E o espirito do criador se movia sobre as águas do mar, próximo à janela.
    Mas, e se algo sai do natural? Então, surgem as catástrofes: No obscuro do meu interior, tudo é abstrato, intocável! Faço perguntas a mim mesmo. Não há eco. Fico sem  respostas. Mais uma vez, incomodo o meu ser, com as mesmas perguntas, já que não encontro uma resposta que satisfaça, por completo esse complexo universo invisivel que tenho dentro de mim, do meu inconsciente.
     Na minha religiosidade eu consigo preencher o vazio, com Jesus cristo e suas promessas, mas esta luz que ilumina e transforma os caminhos equivocados que tomamos, “crendo pela fé no filho de Deus”, não responde o abstrato que povoa minha mente. No universo tudo se encaixa perfeitamente, mas aqui dentro do meu ser, não encontro elo nem respostas.
     Em vias de me tornar avô, pela primeira vez, fiquei curioso para saber  se o  meu primeiro neto seria macho ou fêmea, cinco meses de espera a ultra sonografia revelou que se tratava de um menino, poderia ser fêmea, a alegria seria a mesma, pois entendo que a espécie continuava, um ser cuja imagem e semelhança é a do Criador.
     Por pensar assim, sou taxado de homofóbico, palavra criada por um psicólogo americano no ano de 1971, George Weiberg.
     Há pouco tempo, via a televisão, quando uma cantora muito famosa, dava uma entrevista, afimava ela que havia descoberto que amava outra senhora e, a partir daquele momento, assumia a relação, e que seus filhos compreenderam e aceitaram tudo com normalidade.
     Todas as vezes que olho alguém na sarjeta, me questiono, sobre a imagem e semelhança de Deus. Isso também acontece quando leio jornais, que informam sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo por exemplo. Como? O que aconteceria se no universo, algo saisse de seu percusso ou eixo natural? No mínimo, morreria mais da metade dos seres vivos, ou deixaríamos de existir sobre a face da terra.
     Algum tempo, um programa de tv mostrava dois primatas, muito pequenos, encontrados na mata virgem, estavam em êxtase com a descoberta, pois tratava-se de um casal fêmea e macho que estavam em extinção, a anos. Justifica-se a alegria dos pesquisadores, imaginando que se fossem dois machos ou duas fêmeas a procura continuaria por muito tempo. Diante destes fatos, fica cada vez mais difícil aceitar como normal a  realidade em relação aos seres  humanos, que procuram a todo custo incutir na cabeça  a  normalidade deste comportamento: as relações entre pessoas do mesmo sexo.
    A lei criminaliza e já pune quem discriminar, espancar ou cometer assédio moral, portanto, não justifica criar mais leis para cumprir as leis existentes. Se meu comportamento não prejudica meu vizinho ou quem estiver em minha volta, pois tenho livre arbítrio para fazer minhas escolhas, quero o mesmo tratamento para os meus semelhantes. 

 Rio 10 de outubro  2012
janilsonroberto.blogspot.com                                                                                                 
janilsondasilva@gmail.com