Está escrito: “Declaro a todos os que ouvem as
palavras da profecia deste livro: se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe
acrescentará as pragas descritas neste livro” (Apoc. 22:18). Não damos
importância ao que está escrito. Basta tomar como exemplo a extinção dos
diáconos por alguns lideres. Quando não damos importância às advertências das
escrituras isso é mero reflexo da religião institucionalizada (religiões segundo
a bíblia não salvam ninguém) e isso acontece por um motivo principal: com o
passar do tempo a “igreja” adquiriu muitos bens, e precisa manter tal
patrimônio. É necessário como seguidores de Cristo que sejamos verdadeiros! Quando
lemos as escrituras alguns textos são tratados de forma a assustar, e para que
não haja interpretações erradas devemos estar no espírito. O desejo de atender
a igreja na sua carência financeira nos leva a cometer enganos e grandes
injustiças.
O Encontro de Abraão e Melquisedeque, | ||
de Dieric Bouts O Velho, 1464–1467. |
Fazer a igreja entender uma difícil situação
financeira explicando que a receita não está cobrindo as despesas seria o
melhor caminho para solucionar o problema, dizer como está sendo utilizado o
dinheiro. No entanto o que mais acontece nos dias atuais é que os lideres das
igrejas gostam de tecer ameaças aos crentes a fim de obter aumento nas
contribuições, dizer que estão roubando ao próprio Deus (encontramos em Malaquias
esta citação - usada como intimidação). Há várias situações que levam um membro
ao não cumprimento desta responsabilidade, insatisfações e dificuldades, outros
simplesmente não entregam o dízimo, entregam em outra igreja ou doam para projetos
sociais fora da denominação. Quando textos bíblicos são usados para
“justificar” ou “estimular” a entrega dos dízimos começa estranhas
contradições: O texto mais citado nos sermões além de ser agressivo não resolve
o problema, mas o leva para o campo da insatisfação, fazendo com que os membros
contestem o uso do dízimo, por exemplo, para custear passeios que nada tem de
missionários... Não são os mais carentes da membresia e da comunidade os
contemplados com a ajuda da igreja e sim pessoas perfeitamente capazes de
custear seus próprios passeios. Quando esse tipo de crítica é feita, ouvimos:
“sou dizimista“ explicam os membros beneficiados.
Como deve ser empregada a receita? Responsabilidade
com relação à arrecadação e gastos é assunto sério, e deve trazer sempre uma
análise cuidadosa, apesar de dicotômica em essência: Responsabilidade “secular”
e prática, que diz respeito à transparência e lisura, e responsabilidade espiritual,
que diz respeito aos objetivos da igreja de acordo com a palavra de Deus.
Entendamos pois, que a membresia das
igrejas é composta por pessoas esclarecidas e que não aceitam que a finalidade
principal da receita seja modificada, que deveria ser o sustento do obreiro, a
evangelização e ajuda aos carentes. Atualmente estes objetivos devem servir de
alerta para os discursos que não condizem com o que nos mostra a Bíblia.
Já que na igreja primitiva todos faziam o
trabalho e o dízimo era repartido apenas a fim de suprir as necessidades, na
igreja moderna o mínimo que se espera é que as pessoas prestem contas do
serviço pelo qual estão sendo remunerados “pelo trabalho efetuado”. O fato de
que o dízimo é uma contribuição voluntária deveria ser no mínimo um apelo à
consciência dos verdadeiros servos de Deus, afinal de contas "Digno é o
obreiro do seu salário” (Lucas 10.7).