terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Uma Vírgula



Está escrito: “Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro” (Apoc. 22:18). Não damos importância ao que está escrito. Basta tomar como exemplo a extinção dos diáconos por alguns lideres. Quando não damos importância às advertências das escrituras isso é mero reflexo da religião institucionalizada (religiões segundo a bíblia não salvam ninguém) e isso acontece por um motivo principal: com o passar do tempo a “igreja” adquiriu muitos bens, e precisa manter tal patrimônio. É necessário como seguidores de Cristo que sejamos verdadeiros! Quando lemos as escrituras alguns textos são tratados de forma a assustar, e para que não haja interpretações erradas devemos estar no espírito. O desejo de atender a igreja na sua carência financeira nos leva a cometer enganos e grandes injustiças.
O Encontro de Abraão e Melquisedeque,
de Dieric Bouts O Velho, 1464–1467.
Fazer a igreja entender uma difícil situação financeira explicando que a receita não está cobrindo as despesas seria o melhor caminho para solucionar o problema, dizer como está sendo utilizado o dinheiro. No entanto o que mais acontece nos dias atuais é que os lideres das igrejas gostam de tecer ameaças aos crentes a fim de obter aumento nas contribuições, dizer que estão roubando ao próprio Deus (encontramos em Malaquias esta citação - usada como intimidação). Há várias situações que levam um membro ao não cumprimento desta responsabilidade, insatisfações e dificuldades, outros simplesmente não entregam o dízimo, entregam em outra igreja ou doam para projetos sociais fora da denominação. Quando textos bíblicos são usados para “justificar” ou “estimular” a entrega dos dízimos começa estranhas contradições: O texto mais citado nos sermões além de ser agressivo não resolve o problema, mas o leva para o campo da insatisfação, fazendo com que os membros contestem o uso do dízimo, por exemplo, para custear passeios que nada tem de missionários... Não são os mais carentes da membresia e da comunidade os contemplados com a ajuda da igreja e sim pessoas perfeitamente capazes de custear seus próprios passeios. Quando esse tipo de crítica é feita, ouvimos: “sou dizimista“ explicam os membros beneficiados.
Como deve ser empregada a receita? Responsabilidade com relação à arrecadação e gastos é assunto sério, e deve trazer sempre uma análise cuidadosa, apesar de dicotômica em essência: Responsabilidade “secular” e prática, que diz respeito à transparência e lisura, e responsabilidade espiritual, que diz respeito aos objetivos da igreja de acordo com a palavra de Deus. Entendamos pois, que a  membresia das igrejas é composta por pessoas esclarecidas e que não aceitam que a finalidade principal da receita seja modificada, que deveria ser o sustento do obreiro, a evangelização e ajuda aos carentes. Atualmente estes objetivos devem servir de alerta para os discursos que não condizem com o que nos mostra a Bíblia.
Já que na igreja primitiva todos faziam o trabalho e o dízimo era repartido apenas a fim de suprir as necessidades, na igreja moderna o mínimo que se espera é que as pessoas prestem contas do serviço pelo qual estão sendo remunerados “pelo trabalho efetuado”. O fato de que o dízimo é uma contribuição voluntária deveria ser no mínimo um apelo à consciência dos verdadeiros servos de Deus, afinal de contas "Digno é o obreiro do seu salário” (Lucas 10.7).