terça-feira, 29 de setembro de 2015

Uma aventura do vovô e seus dois netos



     A manhã estava ensolarada, própria para uma boa pescaria, mas era uma sexta feira. O vovô, homem valente, militar aposentado da Marinha, adorava uma pescaria, mas não uma pescaria qualquer, tinha que ser com traje de mergulho e aquela faca afiada amarrada na perna direita.
Resolveu convidar os dois netos para pescar na ilha de Paquetá, no sábado. Combinaram alugar um pedalinho quando chegassem na ilha, os meninos seriam responsáveis  pela força motriz do “veículo”. O maior, 13 anos, comandaria o funcionamento e a direção sob as ordens do capitão, o avô. O menor, 11 anos, a visibilidade e a direção do vento. Depois de meia hora de aula, a tripulação estava preparada.
    No sábado pela manhã, com tudo combinado, chegavam na ilha de Paquetá dispostos a encher o samburá de peixe. Feitos os preparativos, os meninos  começaram a pedalar para escolher um lugar apropriado próximo à orla enquanto o vovô se aprontava. Depois de todo equipado, o vovô determinou a parada a cem metros da orla. O pedalinho tinha a forma de pato d’água, ou forma de ganso, não sei bem, e os netos se divertiam.
     Já fora da praia, a duzentos metros, de repente algo bateu no pedalinho com muita força quase desestabilizando a embarcação. O vovô olhou em volta do pedalinho e avistou uma enorme mancha negra, era um  tubarão!! O velho fuzileiro estufou o peito, olhou para os netos e bradou: fiquem calmos e continuem a pedalar em direção à praia. Dada a ordem, colocou o arpão em posição, colocando o pé na borda da pequena embarcação, esperando o retorno do perigoso animal, quando o vulto aproximou-se. Antes do choque, o velho marinheiro disparou sua arma acertando a cabeça do enorme peixe atravessando-lhe o crânio, um tiro que pretendia ser mortal. Mas não, mesmo ferido mortalmente, o animal afastou-se um pouco, e antes que acabasse o cabo do arpão o vovô deu a segunda ordem: - amarrem o cabo do arpão no pescoço ou cauda do pedalinho, para prender o bicho na embarcação!  Pedalem em direção à praia!.
      Na praia, os banhistas vendo a situação de perigo da tripulação do pedalinho, chamaram os salva-vidas. O pessoal do socorro que tripulava  as motos  de jet-ski, enquanto o bravo vovô colocava o pé na borda do pedalinho e tirava sua afiada faca da bainha na perna direita, esperando o animal chegar: já sem forças, o tubarão deu uma cabeçada no pedalinho, e o velho marinheiro escorregou, caindo em cima do tubarão.
      Depois de algumas furadas no bicho não conseguiu retirar mais a faca que ficou presa a si, mas o velho não largou a faca, a mão esquerda apoiva-se segurando o arpão que atreavessara a cabeça do grande peixe, pois estava montado, meio curvado, sobre o grande animal e já cansado, prestes a desmaiar, enquanto os meninos pedalavam também já muito cansados, quando chegou o socorro, o pessoal do jet-ski.
      Chegaram à praia rebocando o pedalinho preso no peixe e o vovô deitado segurando a faca e o arpão. Já na areia, lotada de curiosos, o vovõ meio tonto e cansado, os netos preocupados, mas os médicos dizendo que o velho só estava cansado pelo esforço, tudo ficou bem, menos para o tubarão (é claro) que já esta pendurado pelo rabo numa amendoeira à beira mar, com os meninos lado a lado sendo fotografados pelos banhistas e alguns repórteres, recebendo parabéns pela proeza de ter salvo o vovô das garras do temido tubarão.
       Com a chegada dos veterinários que, depois de examinar a arcada dentária do animal, constatou-se que se tratava de um animal bastante velho, pois não tinha quase dentes, e estava quase cego. No dia seguinte aparecia nas primeiras paginas dos jornais as fotos do tubarão pendurado na amendoeira, ladeado pelos dois garotos heróis, que salvaram o avô das garras do feroz tubarão desdentado. E ao lado uma foto menor com o avô deitado em cima do velho tubarão segurando a pequena faca espetada no dorso do peixe apoiando-se com a mão esquerda no arpão que atravessara a cabeça do grande  animal marinho.
   
Esse conto é uma ficção
Rio de janeiro 23/8/2015


domingo, 6 de setembro de 2015

Reação à atitude de líderes corruptos



       Vivemos num país de muitas contradições, basta ver como nossas raízes são de enxertos raciais dos europeus, que chegaram até nós através de migrações, e por degredados da época do Brasil colônia que misturaram-se conosco. Há de se esperar uma mistura muito heterogênea. Na realidade temos representantes do mundo inteiro. Como resultado, predomina a diversidade e contradições da abrangente mistura, e influência das vertentes, no caráter de cada pessoa e suas atitudes. Exemplificamos esta metamorfose. Na hora que ocupamos cargos públicos, esquecemos que a função pública nada mais é do que trabalhar pensando numa unidade, melhorias  e bem estar para  todos os Brasileiros.
       Políticos deveriam estar promovendo educação de qualidade e melhoria na condição de vida, voltada para o bem comum à toda sociedade, tendo a educação e o trabalho como instrumento  para alcançar os objetivos acima citados, as contradições (no meu ponto de vista), se dão pela mistura na formação do caráter do povo, multicutural. Não há  preocupação na formação do caráter dos nossos filhos, não chega a ser uma regra, mas ela esta ai a promover um mal que atinge a todo o povo.

       O Brasil nem bem acabou de prender os culpados pelo escândalo do mensalão.- Eis que surge o petrolão e logo em seguida o eletrolão na usina para gerar, energia nuclear e o BNDS... Este escândalo é mais abrangente por envolver não só a classe política,mas surpreende por envolver as maiores empresas Brasileiras, alguns governadores e prefeitos de alguns municípios. O hoje ex-presidente Sr. Luiz Inácio Lula da Silva no conforto do seu triplex de luxo, quando assumiu a presidência pela primeira vez, declarou um patrimônio de pouco mais de quinhentos mil reais, quando da sua primeira eleição. Passados  oito anos no poder, o ex torneiro mecânico é hoje mais um milionário brasileiro, passando à sua sucessora um país com um declínio financeiro visível ao TCU e ao MPF. A nova governante depois de quatro anos no controle da Nação promoveu um descontrole financeiro descumprindo a LDO, o que é crime, punido com a inegibilidade para ocupar cargo público, não podendo ser candidata a reeleição ,os órgãos públicos como TCU, MPF, STF, STE, aparelhados, com afilhados da Presidente, retardarão as investigações pelo MP da União até as eleições de outubro de 2014.


       Com varias manobras contrárias as leis em vigor, e enfrentando as descobertas dos escândalos, correndo o risco de perda do cargo pelas mentiras da campanha e a suspeita de que tinha pleno conhecimento de tudo que ocorria, protelando, para não dizer escondendo dos seu eleitores o tremendo rombo sofrido pelos cofres públicos. Fatos confirmados nas investigações, e a cada dia aparecem indícios de que o país esta literalmente a deriva, um barco cujo comandante mostra-se a cada dia uma inabilidade sem precedentes.


       Seus três poderes  Republicanos,  sofrem uma crise de credibilidade nunca vista e a sociedade sofre com leis de alguns deputados que tentam desconstruir os bons costumes, a religiosidade do povo e o poder dos pais, de criarem seus filho educando-os ,para que na escola o respeito ao "mestre professor” seja devidamente respeitado, mas as escolas  públicas no lugar das matérias convencionais,  entra a doutrinação  política, práticas contrárias ao ensino aprendido nestes cinco séculos.  

       O sermão do Padre Antonio Vieira (O bom ladrão) ao tratar sobre    líderes e estimados governantes, e suas atitudes nefastas, que desfilavam suas aparências de poder e santidade, ainda que esses fossem obtidos através de atitudes  nada nobres:  tomar conhecimento, e não tomar providências, mas permanecer calados ”já naquela época dizia o mestre Vieira. 

       A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se perdoa sem se restituir o roubado: Non dimittitur peccatum nisi restituatur ablatum. (Os pequenos) roubam um homem, (os grandes) cidades e reinos. (Aqueles) furtam debaixo de riscos, esses sem temor ou perigo,(os pequenos) se furtam, são enforcados, (os grandes) furtam e enforcam[...] Lá vão os ladrões grandes enforcar os pequenos.O que entra pela porta poderá vir a ser ladrão, mas os que não entram por elas já o são. Uns entram pelo parentesco outros pela valia, outros pelo suborno, e todos pela negociação[...] pois se eles furtam com os ofícios, e os consentem e os conservarmos nos mesmos ofícios, como não levar consigo ao inferno os que consentem? (Trechos extraídos do Sermão do Bom ladrão, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa, no ano de 1655).

As comparações foram extraídas da.
Bibliografia:
História da Literatura Brasileira (atualizada), Ed. Leya, 2010.  Carlos Nejar

Rio 26/ 03 / 2015.

  Janilsonroberto.blogspot.com